sexta-feira, 4 de março de 2016

Impostos altíssimos e o desemprego são fatores que elevam o contrabando

Ministério da Justiça mostra melhora na fiscalização das fronteiras.
Mesmo assim, a entrada de produtos ilegais aumentou 15% em 2015.

Cláudia GaigherPonta Porã, MS

No Dia Nacional de Combate ao Contrabando, o Ministério da Justiça apresentou números que mostram a melhora da estrutura de fiscalização da polícia nas fronteiras. Mesmo assim, a entrada de produtos ilegais no Brasil aumentou 15% no ano passado.
  •  A Ponte da Amizade, em Foz do Iguaçu, já foi a principal entrada do contrabando que vem do Paraguai para o Brasil, mas a fiscalização apertou e os bandidos começaram a atravessar a fronteira pelo rio. Outros mudaram de rota e passaram a entrar pelo Mato Grosso do Sul, que tem hoje 1,1 mil quilômetros de estradas vicinais usadas pelos criminosos.
“Eles usam batedores e olheiros, que ficam espalhados na rodovia para identificar a ação da polícia”, explica o sargento Júlio César Argueiro, do departamento de Operações de Fronteira (MS).
Ainda assim, as equipes de fiscalização conseguiram apreender, no ano passado, mais de 30 mil pacotes de cigarros, o principal produto de contrabando no Brasil.
As placas dos carros apreendidos que estão no depósito da Receita Federal, na divisa com o Paraguai, denunciam que os contrabandistas chegam de todas as partes do Brasil. Só no ano passado, o país deixou de arrecadar R$ 115 bilhões em impostos.
No Dia Nacional de Combate ao Contrabando, o Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social das Fronteiras alerta que faltam policiais para fazer a fiscalização, mas a entrada de materiais ilegais vai além da questão da segurança. “Você tem um aumento de tributos para a indústria, você tem pessoas que estão disponíveis a trabalhar nisso porque não têm opções de emprego e renda e isso tudo gera um aumento da criminalidade e do contrabando”, explica Luciano Streme, presidente do IDESF.

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